terça-feira, 5 de agosto de 2008

Viva a contra-revolução!



O papel feminino tem mudado ao longo dos anos. Com o advento da revolução industrial e a pílula contraceptiva, sabemos que o modelo feminal conhecido até então foi modificado. Surgiu uma nova mulher, mais independente, mais atarefada e... mais doente. Ultimamente várias mulheres com que tenho conversado estão com algum tipo de enfermidade. Problemas como: depressão, síndrome do pânico, arritmia cardíaca, labirintite, herpes labial. A lista é extensa. Grande como os males modernos. Essa é a época de ouro das mulheres. Temos tudo pelo qual lutamos. Temos trabalho, dinheiro, independência e um pouco mais de respeito. Sustentamos lares, podemos casar e descasar, modificamos nossos corpos ao bel prazer. Estamos mais bonitas, mais livres, mais ricas, então, o que deu errado?

Os orientais vêm o mundo dentro de uma dualidade. Ying e Yang. O princípio masculino, ativo, agressivo e o feminino, passivo, fluído. Todos nós temos essas duas forças atuando em nosso organismo. Porém, no caso feminino, deve predominar a energia Yang, mais sutil, mais maleável, intuitiva. Quando negamos nossa essência, as características marcantes da nossa personalidade e de nosso DNA, geramos um desequilíbrio que precisa ser compensado. A natureza então, faz seu trabalho de ordenamento, de busca do equilíbrio perdido. E muitas vezes a doença é uma etapa para a cura.

Toda conquista implica em ônus e responsabilidades. O que deu errado é que esquecemos que havia um preço a ser pago. Stress, doenças, pressão psicológica, responsabilidades triplicadas. Parece que nosso traço mais marcante, chamado sensibilidade feminina está se rebelando contra o sistema. Não suportando a pressão, nosso organismo reage e transforma essas agressões externas em doenças.

Assistindo ao programa Saia Justa do GNT, a apresentadora explicava que, segundo os psicólogos, quando nos deparamos com um problema temos basicamente quatro alternativas: Mudar; aceitar; negar ou sofrer. Pelo jeito a mulher moderna não mudará nada no modelo construído a partir do dia em que se queimou o primeiro sutiã. Continuará em movimento retilíneo uniforme, vestindo a máscara de “super poderosa”. E, como das alternativas acima, escolheu a última, continuará sofrendo...

Viva a contra-revolução! Devemos recuar um pouco. Reaprender a dividir responsabilidades. Criar nossos filhos com o pai do lado (se for possível); dividir as contas ou deixar que alguém as pague; aceitar que nos abram a porta do carro; chorar quando receber flores; vestir um vestido bonito e sair por aí. Após tantas batalhas, podemos relaxar um pouco no controle. Não... Não vamos perder tudo o que conquistamos. Vamos apenas, fazer uma pequena correção na rota e resgatar muitas coisas boas que se perderam no caminho. Lembrar-nos que somos mulheres sensíveis, amorosas, delicadas e precisamos de um pouco de mimo. Faz parte do nosso charme. Eu, pelo menos, adoro ser mimada.

Eliane Brito é escritora, advogada e muito, muuuuito mimada!

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