Na vida estamos sempre cercados pelo medo. É o medo da violência que cresce assustadoramente; É o medo da economia que parece que vai ter uma nova derrocada; É o medo dos radicais livres, terror de todas as mulheres; É o medo da gripe, de um acidente, qualquer fato aleatório que possa nos retirar da nossa tão amada e querida rotina. Para nós, intelectuais, o maior medo possível é o de dizer o óbvio... Tenho pavor de sentar aqui nesse computador e escrever exatamente o que lhe agrada, caro leitor.
Pode parecer pretensão minha, mas eu sei como atingir o seu coração. É só escrever textos “politicamente corretos”, sem usar um palavrãozinho, sem tocar em nenhuma minoria e tudo fica perfeito. Respeitar os assuntos tabus, e são tantos... Religião, política, sexo, autoridades, homossexualismo, etc. O problema é um só. Ficamos sem assunto, não é mesmo? Você aí do outro lado, quer pensar, quer provar novos conceitos, idéias, concepções que de alguma forma possam transformar a sua vida.
A nossa Carta Magna garantiu a ampla e irrestrita “liberdade de expressão.” Assim, por maldição ou escolha própria, não sei, decidi relatar a vidinha bem pacata e classe média dos meus concidadãos. Talvez a vida real, aquela que realmente valha a pena. Falo da dona-de-casa, da mãe, da executiva, dos trabalhadores, do homem médio, como diria o filósofo, do cidadão comum... Todos os dias bato papo com o porteiro do prédio, com a empregada que chega com o pão, com a vizinha, com as pessoas na rua. É impressionante como podem ser ricos esses diálogos. Como eles retratam e materializam nosso momento atual. O mundo em que vivemos.
E como é bom ser testemunha de seus medos e terrores. É o medo da carestia, medo da crise econômica, medo do fim do mundo. Medo de ir para o inferno (têm gente que ainda têm). E as expressões impagáveis que eles usam? Quem vai colocar nos jornais? Expressões como uma bastante utilizada por minha secretária: _Pelo sangue do cordeiro! E suas justificativas? Esses dias, após soltar essa pérola, bateu na boca e pediu perdão à Deus na mesma hora. Perguntei o motivo e ela me relatou que todas às vezes que soltava esse “caco” os anjos no céu caiam de joelhos no chão, com o rosto por terra.
Só a força da criatividade mesmo pra nos livrar da mediocridade sem fim do óbvio. É por isso que, quando digo que o meu maior medo é o de me render ao lugar comum de falar o esperado, entenda-me: Mesmo quando eu atingir algo que lhe é caro, não se assuste. Isso é uma celebração a diferença. Ao inexato. A revolução, que deve acontecer em nossas vidas todos os dias. São essas transformações que trouxeram (nós humanidade) até aqui.
Pode não ser um mundo ideal e não é. Pode não ser um mundo cor-de-rosa e não é. Mas é um mundo onde se briga pela liberdade. De cada um dizer o que quer, da forma que melhor lhe convém, sem censuras. Essa, a maior vitória do século XXI. E mais, de cada um, viver dentro do que acredita e com alguém observando e contando essa incrível história (nós escritores). Bem disse Voltaire: “Posso não concordar com nada do que você diz, mas daria minha vida para que você possa dizê-lo”.
ELIANE BRITO, é cronista, escritora e advogada. "Recusando-se a aceitar censuras!" eliane@rodovalho.com.br
Pode parecer pretensão minha, mas eu sei como atingir o seu coração. É só escrever textos “politicamente corretos”, sem usar um palavrãozinho, sem tocar em nenhuma minoria e tudo fica perfeito. Respeitar os assuntos tabus, e são tantos... Religião, política, sexo, autoridades, homossexualismo, etc. O problema é um só. Ficamos sem assunto, não é mesmo? Você aí do outro lado, quer pensar, quer provar novos conceitos, idéias, concepções que de alguma forma possam transformar a sua vida.
A nossa Carta Magna garantiu a ampla e irrestrita “liberdade de expressão.” Assim, por maldição ou escolha própria, não sei, decidi relatar a vidinha bem pacata e classe média dos meus concidadãos. Talvez a vida real, aquela que realmente valha a pena. Falo da dona-de-casa, da mãe, da executiva, dos trabalhadores, do homem médio, como diria o filósofo, do cidadão comum... Todos os dias bato papo com o porteiro do prédio, com a empregada que chega com o pão, com a vizinha, com as pessoas na rua. É impressionante como podem ser ricos esses diálogos. Como eles retratam e materializam nosso momento atual. O mundo em que vivemos.
E como é bom ser testemunha de seus medos e terrores. É o medo da carestia, medo da crise econômica, medo do fim do mundo. Medo de ir para o inferno (têm gente que ainda têm). E as expressões impagáveis que eles usam? Quem vai colocar nos jornais? Expressões como uma bastante utilizada por minha secretária: _Pelo sangue do cordeiro! E suas justificativas? Esses dias, após soltar essa pérola, bateu na boca e pediu perdão à Deus na mesma hora. Perguntei o motivo e ela me relatou que todas às vezes que soltava esse “caco” os anjos no céu caiam de joelhos no chão, com o rosto por terra.
Só a força da criatividade mesmo pra nos livrar da mediocridade sem fim do óbvio. É por isso que, quando digo que o meu maior medo é o de me render ao lugar comum de falar o esperado, entenda-me: Mesmo quando eu atingir algo que lhe é caro, não se assuste. Isso é uma celebração a diferença. Ao inexato. A revolução, que deve acontecer em nossas vidas todos os dias. São essas transformações que trouxeram (nós humanidade) até aqui.
Pode não ser um mundo ideal e não é. Pode não ser um mundo cor-de-rosa e não é. Mas é um mundo onde se briga pela liberdade. De cada um dizer o que quer, da forma que melhor lhe convém, sem censuras. Essa, a maior vitória do século XXI. E mais, de cada um, viver dentro do que acredita e com alguém observando e contando essa incrível história (nós escritores). Bem disse Voltaire: “Posso não concordar com nada do que você diz, mas daria minha vida para que você possa dizê-lo”.
ELIANE BRITO, é cronista, escritora e advogada. "Recusando-se a aceitar censuras!" eliane@rodovalho.com.br