quarta-feira, 24 de junho de 2009

SEJA ATIVO


Trabalho nem sempre é um prazer. Mas, apesar de às vezes, não ser uma alegria, temos de concordar que é um propósito que torna a vida menos chata. Quando não trabalhamos a pressão é imensa. Os desempregados que o digam. Além das contas que já fazem uma bela coação, ainda suportam os parente e amigos sempre questionando sobre uma atitude. Como mães, quando não trabalhamos, as crianças cobram e comparam com a mãe do amiguinho, que trabalha e lhe comprou o vídeo game mais caro. Um outro grupo que padece frente à opinião pública é o dos aposentados. Esse é um grupo que merece cuidados, pois, a atividade mental e física é importantíssima na terceira idade. Prevenindo uma série de transtornos. Essa turma necessita de políticas próprias, que lhes propiciem o retorno ao trabalho. Entretanto, hoje quero falar daquelas pessoas encostadas, entende? Sabe aquelas que estão esperando o mundo “acabar em barranco” para se ajeitarem melhor... Aquelas que não trabalham por uma crença pessoal de que essa é a melhor alternativa para suas vidas. Aposto que você conhece alguém assim e eu também.
Esse comportamento que antes seria uma aberração social, hoje em dia já incide sobre um grande percentual da população. Isso é muito comum nos países ricos onde o estado supre as necessidades das famílias. Nos EUA, onde o governo americano, através do “relief” (que em um comparativo, seriam os incentivos pagos pela nossa previdência social), oferece uma série de benefícios aos inativos, essa é uma questão preocupante. Sempre imaginamos que as pessoas não estão empregadas por que realmente não conseguiram trabalho, por motivo de doença, aposentadoria ou por que não terem qualificações. Porém, existe um percentual desse grupo que são os (chamarei assim...) optantes. Aqueles que realmente escolheram não trabalhar. Somente usufruindo os benefícios pagos pelo estado. Isso onera os cofres públicos. Aumentando a Crise americana.
Se a vida fosse uma viagem e cada um de nós perguntasse ao agente, qual a atração, as atividades, a serem desenvolvidas e ele nos respondesse que não haveria nenhuma... Com certeza seria uma grande decepção. Porém para os optantes acima, isso não causaria desagrado. Os “ociosos profissionais” resmungariam satisfeitos, com a visão de horas e horas de dolce far niente pela frente. Mantermos-nos ocupados com algo, mesmo as coisas simples, são atos essenciais para a nossa felicidade. De fato, talvez o conceito de moralidade esteja intrinsecamente ligado ao trabalho. Normalmente os vícios morais estão unidos à inatividade e ao ócio. Além do que, a vida ao lado de pessoas preguiçosas pode ser bem difícil. Pois, nós do grupo dos “raladores” acabamos assumindo suas funções e suprindo suas necessidades.
Cada um deve vasculhar os recônditos de sua alma e descobrir suas habilidade e talentos e observar em que direção apontam. Quando trabalhamos com prazer e vontade fazemos o bem para nós mesmos e para o país. A previdência agradece e os companheiros de jornada também. A estrada para a felicidade por incrível que pareça passa pelo trabalho e uma produção consistente.

ELIANE BRITO é escritora, advogada, cronista. Autora do livro “Do pequi ao sushi. Crônicas de viagens”. eliane@rodovalho.com.br Publicado no DM do dia 24 de junho de 2009.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

REENCARNANDO O MAL


Lidamos com as forças do mal neste planeta. Não há dúvidas! Além da violência que permeia nas grandes cidades do mundo, ainda temos guerra, fome, miséria, desigualdade, doença, etc. Para os que acreditam nas previsões bíblicas, os quatro cavaleiros do apocalipse já estão soltos. E, fazendo a festa!
Liderando esse movimento eu escalaria o ditador Pyongyang, dirigente da Coréia do Norte. Sua realização de um teste nuclear foi à notícia da semana. Para complementar ainda lançou dois mísseis, em direção ao Japão, em uma tentativa clara e patente de disseminar o terror. Assistindo ao noticiário, que transmitia uma parada militar coreana, observando a pose do ditador - de braços erguidos e saudando os soldados - veio a minha mente como um flash o seguinte pensamento: “­Esse homem é a reencarnação de Hitler!” Se não da forma literal, pelos menos estão irmanados em idéias e aspirações.
Foi um pensamento ilógico, eu sei... Mas retrata bem a insanidade e a frieza de objetivos evocados pela imagem. Uma coisa eu descobri em minhas andanças pelo mundo e pelo oriente. O mal, onde quer que você o encontre, sempre tem a mesma cara determinada e feroz, de quem tem sede de sangue e destruição.
A predominância desse sentimento no mundo não ocorre somente nessas decisões políticas e estratégicas, nas altas esferas de comando. O que me assusta verdadeiramente é que a influência dos poderes das trevas parece estar em toda parte. Infiltrou-se na vida comum, no dia-a-dia do homem médio. Turbinado pela revolução industrial e tecnológica. A crueldade permeia solta em todos os ambientes. Você pode verificar isso na escola, onde adolescentes organizam brigas de rua para colocarem o vídeo na internet (numa demonstração de selvageria e barbarismo medievais), espancam os colegas em frente às câmeras em uma “saudável diversão”; Nos lares, onde o egoísmo e o desamor campeiam e a palavrinha “respeito” perdeu todo o significado para essa geração; No ambiente de trabalho, onde a competitividade e o amor ao dinheiro respaldam os atos mais vis.
Começo a pensar que talvez a grande responsável pela disseminação da violência tenha sido a rede mundial de computadores. Essa que nesse momento eu utilizo. Com a facilidade das comunicações via e-mail e outros instrumentos, as pessoas se perdem e não conseguem utilizar essa ferramenta magnífica com a cautela exigida.
O mundo parece infectado com um vírus mais letal que o da gripe suína, ou seja, qual sigla se queira usar. Esse vírus e um vírus de morte, sim! Lenta e sistemática. É um vírus de guerra, de destruição, da raça humana e do planeta! Que Deus nos dê forças para reagir com a melhor das armas. A sabedoria infinita, que fará com que não reencarnemos o mal, reencarnemos sim a paz e a bondade.

ELIANE BRITO, é escritora, cronista, advogada, autora do livro “Do pequi ao sushi-crônicas de viagens”. eliane@rodovalho.com.br